Na passada sexta-feira, 5 de Agosto, a praça de toiros de
Beja viveu certamente uma das noites mais bonitas e importantes da sua centenária história.
O empresário Rafael Vilhais, assessorado por Armando Jorge
Teixeira ousaram montar em Beja em cartaz de luxo, com a presença de Rui
Fernandes, Diego Ventura e Filipe Gonçalves que lidaram toiros de António
Charrua. Marcou ainda presença em praça o cavaleiro amador Joaquim Brito Paes,
jovem com ligações paternas à cidade. Associado a este cartel a despedida de
Joel Zambujeira de cabo dos Amadores de Cascais, e a presença do grupo da
terra, foram fatores que pesaram para que os aficionados esgotassem os bilhetes
da Varela Crujo. Está de parabéns o empresário que voltou assim a esgotar a
praça 30 anos depois da última vez, segundo comentam os mais velhos.
O curro de António Charrua foi cómodo para os cavaleiros e de investidas
mais bruscas para os forcados, contribuindo para o êxito dos artistas, e para que
a emoção, e o recear do perigo, chegasse às bancadas por ocasião das pegas.
Nas pegas a noite começou com a despedida de Joel Zambujeira
do comando dos amadores de Cascais. Após vários brindes sentidos, foi para a
cara do toiro, com a tranquilidade que sempre o caraterizou. Citou, mandou na
investida e fechou-se com prontidão à primeira tentativa, com uma eficiente
primeira ajuda dada pelo seu pai, José Luís Zambujeira, que se voltou a fardar
nesta noite, juntamente com outros antigos forcados do grupo de Cascais. Após a
volta com o cavaleiro Rui Fernandes, entregou o “Forcado” de cabo ao seu
sucessor Paulo Loução, debaixo de fortes aplausos do publico presente, pelo
reconhecimento de uma carreira de 17 anos.
Paulo Loução, o novel cabo, escolheu para si o mais alto e
pesado da noite, em que só à sexta tentativa logrou consumar a pega, a sesgo e
com ajudas carregadas.
Seguiu-se o retirado Bruno Cantinho com uma pega consumada à
segunda tentativa, após tropeçar no momento da reunião na primeira tentativa.
Fechou a atuação para o grupo de Cascais, o valoroso forcado Ventura
Doroteia, à primeira numa pega difícil, em que o novilho rompeu pelo grupo, com
uma boa recuperação do primeiro-ajuda João Carvalho, e uma eficiente ajuda do
seu “companheiro” dos amadores de Beja, João Graça, que saltou prontamente
tábuas em apoio aos forcados de Cascais.
Por Beja, Ricardo Castilho foi o eleito para abrir a função.
Numa pega brindada ao novo cabo dos amadores de Cascais, não resultou da melhor
forma, com o experiente forcado a sair lesionado na primeira tentativa. Dobrado
pelo também experiente João Fialho a pega foi consumada à primeira tentativa
deste forcado.
Mauro Lança foi para a cara do quarto da ordem, um toiro de
investidas bruscas, com o forcado a concretizar à quinta tentativa a sesgo e
com ajudas carregadas.
Guilherme Santos tentou à pega ao último toiro do lote do
grupo de Beja, pega brindada aos bejenses Luís Toucinho e Fernando Batista, um toiro tardo na investida, em que o forcado não se conseguiu
fechar e já no chão, ao tentar levantar-se sofreu aparatosa colhida, felizmente
sem a gravidade que se temeu na altura. Foi prontamente dobrado por Diogo
Morgado, que consumou com eficiência à primeira tentativa. Nota neste grupo
para a evolução do jovem rabejador Bento Costa, que mostra saber e
maturidade.
A corrida foi dirigida com acerto e correção por Agostinho Borges, assessorado pelo médico veterinário Dr. João
Infante.
O público saiu satisfeito e ficou provado em Beja que quando os cartéis
são aliciantes o publico vai aos toiros, numa prova inequívoca que a
tauromaquia está bem viva no Baixo Alentejo.
Nota: Crónica completa na próxima edição do Diario do Alentejo.
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