Zé Pedro Faro - Uma referência do Grupo de Lisboa

Vítor Morais Besugo / Diário do Alentejo
Foi no dia 31 de dezembro, em Vidigueira, a poucos minutos para terminar o ano 1954, que nasceu José Pedro Faro, um bebé com 5,280 quilogramas.
Passados 15 anos começou com os amigos a andar pelas aldeias vizinhas a pegar nas garraiadas à vara larga, pegando várias vacas, mas a primeira vez que pegou um toiro foi em Vera Cruz (Portel).
Com 17 anos, e a convite de seu amigo Francisco Cano, estreia-se como forcado com a jaqueta do Grupo de Forcados do Alentejo, comandados, então, por Juliano Louceiro, e pega o primeiro toiro como forcado na praça de Sousel.
José Pedro Faro faz duas temporadas completas neste grupo. Posteriormente, em 1972, ruma para o Grupo de Forcados Amadores de Lisboa convidado pelo seus amigos António Hipólito Cabaço e Francisco Almeida “Bambolina”. 
Nos Amadores de Lisboa encontra o cabo Nuno Salvação Barreto e tem como colegas Eurico Lampreia, Carlos Patrício Alvares “Chaubet”, Domingos Barrocas e José Augusto Batista “Zé da Burra”, como os já referenciados António Hipólito Cabaço e Francisco Almeida “Bambolina”, entre muitos outros.
Ao longo de 24 anos a defender e honrar a jaqueta do grupo de Lisboa, tornou-se num dos forcados de confiança de Nuno Salvação Barreto, pegando mais de uma centena de toiros por todo o mundo. Realizou várias digressões por Espanha e França mas destaca as pegas realizadas na Monumental do México, em Madrid, Pamplona, Puerto de Santa Maria e Macau.
Distinto forcado de barbela, aliava a técnica à garra, pelo que conquistou muitos troféus de “Melhor Pega” ao longo da sua carreira, mas não dá importância a tal facto, pelo que não salienta nenhum em especial.
Mas guarda na memória uma pega realizada na Monumental de Cascais a um toiro de Brito Paes, em que esse toiro venceu o troféu apresentação, mestre Batista a melhor lide e José Pedro Faro a melhor pega, isto numa Corrida TV.
Recorda ainda duas pegas que fez no Campo Pequeno a toiros em pontas, a primeira delas a ser detido no final, sendo-lhe instaurado um processo-crime, do qual guarda orgulhosamente uma cópia em sua casa.
As diversas mazelas sofridas, uma das quais com fratura exposta da tíbia, nunca o fizerem pensar em desistir, e só viria a abandonar as arenas em 1992, na Praça do Campo Pequeno, no mesmo dia em que Nuno Salvação Barreto entregou o comando do grupo de Lisboa a José Luís Gomes, e terminou da melhor maneira com uma extraordinária pega brindada aos dois cabos.
A última vez que bateu as palmas a um toiro foi já em 2009, pelo grupo de Beja, na Praça de Toiros José Varela Crujo, em Beja.


2 comments:

Mario Pinto at: 14 de abril de 2013 às 02:12 disse...

Eis uma foto com três dos mais dignos representantes da forcadagem.Zé Pedro Faro um forcado de eleição,Nuno Salvação Barreto o grande mestre,Domingos Barroca o mais completo forcado de todos os tempos

ANTONIO JOSE BARROCA at: 30 de abril de 2013 às 19:38 disse...

O meu nome é António José da Cunha Pinheiro, (ANTÓNIO JOSÉ BARROCA) Quero agradecer esta afirmação com a qual estou completamente de acordo sem desprimor de todos os outros grandes forcados seus companheiros com os quais tive o prazer de conviver. O Domingos pegava touros porque adorava faze-lo como deporto e com arte. OBRIGADO MANO.

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