Construiu-se Futuro, Santarém foi Maior - A opinião de Miguel Ortega Cláudio

Uma missão exemplar foi seguramente o que desejaram cada um dos oito "valentes" que pegaram na Celestino Graça, que embarcaram com a mala cheia de vontade de fazer bem. Foi no terreno e no dia-a-dia que esta missão em que pegaram de caras e à unha ganhou corpo e alma!
Estes oito "valentes" revelam a disposição, o trabalho, a dedicação, o desejo de fazer melhor, de ser melhor, de construir futuro. Parabéns e Obrigado, Santarém ontem foi Maior graças a Diogo Palha, Diogo Sepúlveda, Francisco Empis, João Cabaço, João Pedro Seixas Luís, João Torres Vaz Freire, Joaquim Pedro Sepúlveda Torres e Pedro Seabra.

Santarém sempre foi especial para os forcados! Na Celestino Graça há um enorme e forte simbolismo para os forcados que vestem a jaqueta de ramagens. A imponência e a grandiosidade das bancadas marcam qualquer pega e qualquer forcado, desde o cite até ao concretizar de toda a sorte. A arena de Santarém é, sem dúvida e desde há muito tempo, um local carismático para os grupos de forcados que ali fazem as cortesias. E se um grupo de forcados já é uma família, ontem foi o dia em que se juntaram várias famílias unidas pelo mesmo saber, coragem, valentia, espírito romântico e amizade, formando assim uma única e fantástica família. Ontem Santarém foi uma verdadeira festa de enaltecimento dos valores, da atitude, do companheirismo e da humildade que caracteriza esta figura tão querida e respeitada da nossa Festa.

Santarém: Efectividade, Perfeição e Grandiosidade

Fernando Montoya não se conseguiu fechar bem na primeira tentativa no meu ponto de vista por entrar em demasia nos terrenos do toiro que se mostrou tardo em arrancar para o forcado, o derrote foi violento acabando o forcado que por se lesionar.Para o dobrar foi o Ruben Gioveti que foi decidido e objectivo e com eficiência resolveu.

António Taurino à segunda tentativa, que fez tudo bem feito, aguentou uma reunião dura das duas vezes e embarcou numa viagem incrível com o toiro a carregar nos forcados.. Citou-o desde cá de trás lentamente, adivinhando a prontidão rápida do toiro, provocou-lhe a investida carregando na justa medida, começando depois a recuar já com o toiro próximo, com arte acompanhando a investida totalmente consentida deste, obrigou-o a humilhar e fechou-se em seguida com perfeição e segurança.

A quinta pega da tarde foi um verdadeiro hino à arte de pegar toiros. O toiro, foi monumentalmente pegado pelo enorme forcado Francisco Graciosa, que esteve sublime a mandar na investida do toiro,  fechou-se com braços de ferro e aguentou uma barbaridade sem nunca sair, até o primeiro ajuda José Fialho lhe dar aquele abraço no momento certo essencial para se concretizar a pega. O toiro bravo, respondeu com uma investida, de trote para galope e crescendo quando o Francisco lhe bateu o pé reunido a meia altura, logrou fechar-se com ele à córnea numa reunião violenta. O público rompeu então numa ovação genuína, em uníssono e sem fim.

Vila Franca: Raça; Classe e Portugalidade 

Vasco Pereira, após uma primeira tentativa em que chamou o toiro colocado frente aos curros, chamando de largo e citando pausadamente, carregando o toiro um tudo nada demais pelo que o não recebeu no tempo certo, de que resultou um primeiro derrote forte sem estar ainda acoplado e lhe não permitiu já recuperar, terminando por sair antes de os restantes elementos do Grupo poderem ajudá-lo.
Na segunda tentativa, após recuperação rápida e colocação do toiro no mesmo sítio, voltou a repetir o cite, pisando com a elegância e, desta feita perfeito no carregar, logrou que o toiro humilhasse submetido no momento da reunião, toiro acabou, sem derrotar muito mas com ímpeto, por se imobilizar com todas as ajudas a entrarem no momento certo.

Para o de Veiga Teixeira que fez quarto saltou Rui Godinho o toiro não tinha dificuldades acrescidas (aparentemente), mas era preciso não estragar nem complicar, e foi exactamente o que fez, calmo no cite, mandou no toiro com o grupo a ajudar colocou o toiro tal como os demais em frente aos curros, protagonizando uma pega muito segura, num toiro que arrancou prontamente e em velocidade crescente, tendo-lhe encurtado os terrenos com um carregar no tempo certo e recuando por forma equilibrada e muito rápida, fechando-se de modo impecável, com ajudas totalmente eficazes até às tábuas.

Para o último da tarde saltou Francisco Faria, citou com a calma e presença que o caracterizam e quis mandar vir o toiro de largo, quanto a mim um bocadinho cedo demais, obrigando o forcado a ter que entrar em terrenos de compromisso, só conseguindo provocar a sua investida em distâncias curtas com “brusquidão” mas a vontade permitiram-lhe fechar-se muito bem, o toiro parou a meia praça e derrotou um par de vezes tirando o forcado da cara. Na segunda tentativa o toiro não foi pronto na saída, obrigando o Francisco a entrar novamente em terrenos de compromisso. Perante a proximidade do toiro não conseguiu sacar-se como quereria, proporcionando uma reunião muito dura. Com muita valentia e garra, uma alma do tamanho da praça, brigou com o toiro ao longo da viagem, dificultando as tentativas de entrada dos ajudas. O  toiro tira o forcado violentamente! O Francisco parece magoado e é levado para a enfermaria mas é ai que vêm ao de cima toda a sua raça, brio, alma, toda a nossa Portugalidade e aparece de novo para pegar o toiro, olé! Na terceira tentativa o Francisco abraça o toiro com, aquele abraço,que os 10mil que estávamos na praça tivemos vontade de lhe dar em agradecimento pela sua valentia o grupo ajuda bem e resolve a pega.
 

Mestre João Moura, Mestre António Ribeiro Telles e Francisco Palha eram os outros cabeças de cartaz e a tarde também foi deles. 

João Moura foi justamente homenageado pela empresa, ali em 1978 Moura tirou a sua alternativa, ali Moura lidou 7 toiros numa encerrona memorável, ali Moura tem mais uma das suas praças. Ontem Moura voltou a ser Moura em Santarém de praça a praça deixou bons ferros em ambos os toiros.
António Ribeiro Telles, foi a toureiria, a classe, o duende, António anda a gosto e transparece isso em cada detalhe, em cada ferro, em cada remate, em cada brinde, tarde para recordar.
Francisco Palha, foi irreverencia, garra, meter a carne no assador mas também foi a verdade na abordagem de cada ferro, no remate dos mesmos, nos tempos certos e no deixar bom sabor de boca para o voltar a ver.

Foram lidados seis toiros 5 de Cunhal Patrício, o segundo um tanto ou quanto terciado para Santarém... Foram bravos quinto e sexto este a meter a cara de uma forma extraordinária tanto nos capotes como no momento das sortes, os restantes com matizes. O que fez quarto era da ganadaria Veiga Teixeira feio de cara mas de bom jogo. 

Todos os cavaleiros e forcados deram volta à arena. No quinto o ganadero Francisco Malta Romeiras teve também essa honra. Os primeiros ajudas das pegas de terceiro e quinto toiro do grupo de Santarém, Manuel Lopo de Carvalho e José Fialho respectivamente também o fizeram.

A corrida foi dirigida pelo director Marco Cardoso, sendo o médico veterinário José Luís Cruz.

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