Bandarilhas e outros



Por José Barrinha da Cruz
As “bandarilhas sem mola” começam a ser postas em causa – com o fim de as proibir – quando da apresentação pública da ANGF em Janeiro de 2002.
Esta Associação, em conjunto com as que hoje fazem parte da Prótoiro, nomeadamente ANPT, APET, ANCTL e elementos da IGAC, começam neste ano (2002) a redigir um novo Regulamento Tauromáquico. Em 2003 o trabalho ficou concluído e posteriormente foi para discussão pública no qual se pronunciaram algumas entidades relacionadas com a saúde dos intervenientes no espectáculo – humanos e animais -, ficando pronto nesse ano -2003/2004,  à espera de aprovação e saída por Decreto, nele constando as “bandarilhas quebráveis”,  depois de diversos testes taurinos aprovados pelo IGAC.
Após anos de espera e promessas da Secretaria da Cultura e, sem que ninguém tomasse decisões, a ANGF em 04.02.2009,  em Assembleia Geral decide: tomar «medidas mais drásticas como por exemplo, não pegar toiros em 2010». Esta Associação, a 14.07. 2010 volta a aprovar, também em Assembleia: «não pegar em corridas na época de 2011,nas quais esta situação não se verifique» . A 18.01.2011 diz a ANGF num comunicado publicado num sítio da internet : «a utilização das bandarilhas de segurança, que é uma preocupação antiga dos forcados, tem sido um processo longo e negociado com todas as partes: IGAC, toureiros e emboladores… A decisão dos Grupos de Forcados da ANGF (que são mais de 90% dos Grupos existentes) é de apenas actuar na nova temporada (2011) com as bandarilhas de segurança».
Posterior a esta decisão, foi acordado entre os seus associados - tanto quanto sei -, que a ANGF esperaria pela saída do novo Regulamento Tauromáquico.
Em Abril deste ano (2011), o presidente da Direcção da ANGF diz-me  «está previsto o Regulamento sair até às eleições de 05.06.2011 por “Despacho”» Perguntei …com a obrigatoriedade das bandarilhas com mola?... resposta: sim!
Neste momento, tenho para mim que o dito Despacho não irá sair tão cedo – agora com o Sr. Francisco José Viegas muito menos -, nem a obrigatoriedade virá no articulado - como penso há muito - pois o comunicado emitido em 20.04.2010 pela IGAC diz: «Devem os Delegados Técnicos Tauromáquicos da IGAC ser informados DA NÃO EXISTENCIA DE ENTRAVE LEGAL à utilização das novas bandarilhas de quebra automática após cravagem, desde que observadas as características previstas…tamanhos de arpões e medidas, etc.» Ou seja… PODEM SER UTILIZADAS, MAS NÃO SÃO OBRIGATÓRIAS e, naturalmente, o dito comunicado servirá para sempre!
Na verdade, a ANT - antigo Sindicato - que dominou a Tauromaquia Portuguesa de 1945 - pelo menos - a 2010 -,  não está nada interessada que o Regulamento saia com a dita “obrigatoriedade”, dado que as actuais bandarilhas castigam não só mais os toiros e camuflam “outras”, como logicamente os tornam mais “parados” , tornando a lide mais fácil, além de que 95% as cravam “pescados”,  na “garupa” e, como é óbvio, caem menos no chão, daí não simpatizarem com as de segurança.
Não consigo perceber qual a razão dos Grupos não concretizaram as decisões que tomaram para 2010 e 2011. Existem Grupos não associados que se irão oferecer? Eles que se ofereçam! Há ainda os que pagam a propaganda e outros a compram X valor em bilhetes? Pois que continuem até o “mecenas” se aborrecer e depois se verá se na arena prestigiam a “Arte de Pegar Toiros; se os empresários têm mais público a assistir e se os cavaleiros com estes ditos Grupos dão mais voltas à arena.
Devo dizer que o presidente na ANGF tem um trabalho ingrato e de responsabilidade  mas, na minha óptica, ao entrar para a Federação PROTOIRO da qual fazem parte as Associações Profissionais do toureio - mencionadas em baixo -,  ficou diminuída de acção e independência, sujeitando-se ao poder de muitos anos da primeira (ANT) e ao emergir mercantilista da segunda, que, face há extinção dos apoios camarários, patrocínios empresariais e ao momento que o país atravessa, mais tarde ou mais cedo deverá acertar com os cavaleiros a diminuição do seu “cachet” e, por arrastamento, o custo dos Grupos de Forcados.
- José Barrinha Cruz

- ANTP - Associação Nacional dos Toureiros Portugueses
 - APET - Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos
 - APCTL- Associação Portuguesa Criadores Toiros de Lide
 - ANGF – Associação Nacional dos Grupos de Forcados


1 comments:

Natércia at: 13 de novembro de 2013 às 14:52 disse...

Boa tarde.
Poderá, por favor, informar-me onde posso comprar bandarilhas na zona de Lisboa ou online?
Muito obrigada.

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