REPORTAGEM EM ÉVORA - FLORINDO PITEIRA


Se foram maus? Impeditivos do toureio? Nada disso! Não foram fáceis é certo, cada um teve os seus calos, e nem tudo se presta a ser irmã de caridade, mas todos tiveram condições, todos pediram contas e nem sempre foram entendidos, lidados... Nas pegas foram animais para dar emoção!
Falo dos toiros de Fernandes de Castro que na noite de sexta-feira saíram à praça em Évora. 
Em apresentação foi um curro descomposto, pequenos no geral, demasiado pequeno o terceiro, escasso de apresentação, mas até esse andou com vontade de investir.
Meia casa de gente, por vezes apática ao que se passava na arena, e uma corrida com pouca história a nível artístico. Antes das cortesias e ao intervalo, homenagem pelo centenário dos Amadores de Santarém.
Nas pegas, a rijeza dos toiros foi notória. E estes, os forcados, pelo menos fizeram frente aos ‘castros’.

Praticamente todos os toiros se arrancaram prontos e alegres aos forcados, nem sempre cómodos depois nas reuniões, nem sempre eficazes as pegas.

Pelos Amadores de Santarém abriu praça João Torres Vaz Freire que consumou à quinta tentativa e com ajudas carregadas. Antes disso, no primeiro intento, o toiro arrancou-se pronto, mas mesmo na cara do forcado parou-se, atirou-o ao ar e depois pô-lo no chão… Ao segundo e terceiro intento, a rês baixou-lhe a cara na reunião e mesmo quando já parecia consumada a pega, toiro defende-se e despejou o Grupo. Na quarta tentativa, já com ajudas, a reunião não foi perfeita e portanto, ineficaz.
Lourenço Ribeiro fez uma viagem com raça no seu primeiro intento mas já quando todo o grupo lá estava, o toiro baixou a cara defendendo-se, e a pega foi desfeita. Consumou à segunda, numa pega rija, com o toiro a desviar a rota, enganado o Grupo, aguentando-se o forcado da cara sozinho, até o grupo então sim, efectivar.
João Brito concretizou à primeira, frente a um toiro pronto de investida, aguentando-se mesmo com os derrotes fortes do toiro.

Por Évora, Dinis Caeiro realizou uma grande pega à primeira. Citou com calma, fez-se silêncio, recuou, concretizando uma reunião tecnicamente perfeita, aguentando os derrotes e estando eficiente os ajudas.
João Madeira também à primeira, com o toiro pronto de investida e o Grupo praticamente por perto para consumar.
Francisco Oliveira sofreu uma violenta reunião à primeira; à segunda foi acima do toiro para reunir, sem recuar, e novamente a não ficar. Ao terceiro intento, e já com ajudas, rodou na cara do toiro. Concretizou à quarta, sem brilho, e ajudas carregadissimas.
E no geral foi isto…
Toiros difíceis? Complicados?
Se os toiros bravos fossem fáceis…provavelmente não haveria toureio!
(in Patrícia Sardinha / NATURALES)

















































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