Por: Miguel Ortega Cláudio / Cortesia NATURALES
Que se levante quem tenha feito melhor
De luto está a terra, de festa está o Céu, morreu o MELHOR GANADERO PORTUGUÊS DO XX.
A notícia da morte do Engenheiro Joaquim Manuel Murteira Grave enche de tristeza a sua Família, os seus amigos, os aficionados ao toiro, Portugal, o Alentejo, Évora e a sua tão querida e amada Galeana. Hoje a menina dos seus olhos chora a perda do seu amo e os seus toiros vestem o negro luto.
Morreu um homem bom. Morreu um ganadeiro de toiros bravos.
Falar de bravura na arena é falar da ganadaria Murteira Grave e falar do Engº Grave é falar de Galeana.
Em Junho de 2010 tive o prazer de o entrevistar e à sua mulher, Sra. Dona Maria Tereza Grave, aquando da comemoração dos 60 anos da estreia da Ganadaria em Évora, e uma das perguntas que lhe fiz foi: "Como se tornou Ganadero?". A resposta foi pronta, directa e curta: "Comprando uma ganadaria."
Começou o seu sonho em 1944, com a compra de vacas e sementais de Pinto Barreiros. Daí até chegar aos Guardiola Sotto foi um passo. Tanto geneticamente como fenotipicamente um dos seus grandes feitos foi de ter criado um toiro próprio, um toiro que sem se lhe ver o ferro era reconhecido por aficionados e toureiro. Criou os famosos "Graves" em Portugal e os mais famosos ainda "Los Murteiras" em Espanha.
Inúmeros foram os seus feitos e triunfos, iniciados a 29 de Junho de 1950 em Évora, num São Pedro em que o ganadero foi obrigado a dar 4 voltas à arena no fim da lide de quatro dos seus toiros. Os Graves escreveram a letras de ouro os nomes de Évora e Portugal por esse Mundo Taurino fora – Madrid, Bilbao, Pamplona, Barcelona, Córdova, Málaga, Albacete, Burgos, Tafalla, Jaen, Dax, Mont Marsan, Vic Fezensac.
A ganadaria debuta em Madrid em 1964 com o novilho Capitalista e nessa mesma novilhada nasce uma paixão por los Murteiras em Madrid, o novilho Piloto teve honras de vuelta ao ruedo.
Em 1971 António Bienvenida corta as orelhas ao Pianista numa corrida Concurso de Ganadarias.
Em 1984 o Sacristan ganha todos os prémios da Isidrada e em 1988 o Cumplidor teve honores de vuelta ao ruedo e a ganadaria foi considerada a mais brava e melhor apresentada de todo o ciclo da Isidrada.
Em 1994 novamente o prémio de melhor toiro vem para Galeana.
Outra praça carismática para este ganadero foi Pamplona. Debuta em 1986 e logo nesse ano o Bilbaino arrecada o prémio de mais bravo da feira do toiro, no ano seguinte a ganadaria Portuguesa é a vencedora de melhor corrida lidada.
Bilbao em 1984 é novamente palco da bravura de los Murteiras, prémio melhor toiro Chupadiço e de melhor corrida.
Málaga 1989, 1990 e 1991, os Graves vencem os prémios de melhor toiro e melhor corrida.
Em Barcelona, Canales Rivera em 1994 faz provavelmente a melhor faena da sua vida ao Cokito, toiro considerado o mais bravo do ano na Capital da Catalunha.
Córdova em 1995, o prémio de melhor melhor corrida da feira.
Poderia estar aqui sem parar a enuciar todos os prémios conquistados por este Homem em terras de Espanha e França.
Em Portugal, para mim o seu feito maior foi ter fundado, com o seu compadre José Telo Barradas e com o Sr. Florindo Silva, o Concurso de Ganadarias de Évora em 1961, do qual venceu 12 prémios de bravura, o primeiro dos quais em 1963 com o toiro Rabioso lidado por Pedro Louceiro.
Foram inúmeros os prémios e as voltas que este ganadero ganhou e deu pelas arenas Portuguesas.
Em 2002 passou a ganadaria ao seu filho Joaquim e foi nesse mesmo ano, em Setembro, que na sua Évora e na sua Praça deu a última vuelta ao reudo enquanto ganadero, numa corrida de toiros desembolados, brilhantemente pegada pelos amadores da terra.
Em Barcelona, Canales Rivera em 1994 faz provavelmente a melhor faena da sua vida ao Cokito, toiro considerado o mais bravo do ano na Capital da Catalunha.
Córdova em 1995, o prémio de melhor melhor corrida da feira.
Poderia estar aqui sem parar a enuciar todos os prémios conquistados por este Homem em terras de Espanha e França.
Em Portugal, para mim o seu feito maior foi ter fundado, com o seu compadre José Telo Barradas e com o Sr. Florindo Silva, o Concurso de Ganadarias de Évora em 1961, do qual venceu 12 prémios de bravura, o primeiro dos quais em 1963 com o toiro Rabioso lidado por Pedro Louceiro.
Foram inúmeros os prémios e as voltas que este ganadero ganhou e deu pelas arenas Portuguesas.
Em 2002 passou a ganadaria ao seu filho Joaquim e foi nesse mesmo ano, em Setembro, que na sua Évora e na sua Praça deu a última vuelta ao reudo enquanto ganadero, numa corrida de toiros desembolados, brilhantemente pegada pelos amadores da terra.
Falar do Engenheiro Grave é também falar do Grupo de Montemor e do Grupo de Santarém, pois vestiu as jaquetas dos dois grupos. Primeiro em Montemor, em 1941, passando para os Ribatejanos em 1942 e aí três dos seus filhos foram forcados, chegando o Carlos a ser cabo, e três dos seus netos também envergaram essa jaqueta, estando dois no activo.
Falar deste Ganadeiro é falar de nomes como Francisco Mendes, Diamantino Vizeu, Armando Soares, Manuel dos Santos, José Falcão, António Ordonez, António Bienvenida, Dominguin, Paco Ruiz Miguel, Espartaco, Víctor Mendes e de tantos outros...
Por cá há nomes que também não se dissociam dos seus toiros – Núncio, Simão, Mascarenhas, Veiga, Batista, Zoio, Telles, Moura, Salvador e sem dúvida de Bastinhas, recordista de toiros lidados desta ganadaria.
Falar deste Senhor é sem dúvida falar da sua mulher, D. Maria Tereza Grave! Poetisa, mãe e mulher de ganadero e de Forcado. Senhora de uma simpatia cativante. “Toiro Bravo nasce a monte...”
Termino esta minha pequena homenagem a um homem que me marcou profundamente pela sua maneira de ser e de ver o toiro, agradecendo todos os bons momentos que proporcinou na minha vida de aficionado.
Agora lá dos céus certamente apaludirá os triunfos dos toiros nascidos e criados no seu Solar Ganadero. E encontrar muitos daqueles que já partiram e certamente haverá um, José Telo Barradas, que lhe vai repetir esta frase:
Bravo Compadre! Que se levante quem tenha feito melhor!
Por cá há nomes que também não se dissociam dos seus toiros – Núncio, Simão, Mascarenhas, Veiga, Batista, Zoio, Telles, Moura, Salvador e sem dúvida de Bastinhas, recordista de toiros lidados desta ganadaria.
Falar deste Senhor é sem dúvida falar da sua mulher, D. Maria Tereza Grave! Poetisa, mãe e mulher de ganadero e de Forcado. Senhora de uma simpatia cativante. “Toiro Bravo nasce a monte...”
Termino esta minha pequena homenagem a um homem que me marcou profundamente pela sua maneira de ser e de ver o toiro, agradecendo todos os bons momentos que proporcinou na minha vida de aficionado.
Agora lá dos céus certamente apaludirá os triunfos dos toiros nascidos e criados no seu Solar Ganadero. E encontrar muitos daqueles que já partiram e certamente haverá um, José Telo Barradas, que lhe vai repetir esta frase:
Bravo Compadre! Que se levante quem tenha feito melhor!
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