Carlos Patrício Álvares
Sendo eu o promotor da ideia, de que seja construído um monumento que consagre condignamente o Forcado, muitos aficionados
têm-me perguntado o que se passa
com esse meu “velho” sonho. Assim
resolvi, por este meio, dar a conhecer a todos, algumas das alegrias,
desilusões, solidariedade, resistências inesperadas e aproveitamentos
oportunistas que se têm passado e se passam com o referido processo.
A ideia de um espectáculo
tauromáquico com a finalidade de angariar fundos para o projeto, foi sugerida
por mim a Carlos Pegado grande forcado e, na altura, empresário da praça de
toiros de Évora. Respondeu que a praça não tinha capacidade para tal evento. No
entanto no ano seguinte e subsequentes, passou a realizar o espectáculo que eu
tinha sugerido mas, claro, em benefício próprio e não do monumento.
Posta de parte a ideia de
Évora, pensei na praça do Campo Pequeno. Para sensibilizar a Gerência da
Sociedade de Recuperação Urbana do Campo Pequeno, entreguei ao Gestor de
espetáculos desta Sociedade, Rui Bento Vasques, documentação que demonstrava o apoio
da Câmara Municipal de Lisboa, através dos vários Presidentes que neste período
de tempo por ela têm passado, da Comissão Nacional da Cultura, quando o Dr.
Pedro Santana Lopes foi seu Presidente. Desenho e descrição do monumento e
fotografia do modelo existente. Também, o lugar autorizado pela C.M.L. para a
implantação do monumento, o custo da obra e o nome do escultor.
Conheço Rui Bento Vasques
há mais de vinte anos tendo-o até, acompanhado e auxiliado com artigos e
entrevistas, no início da sua carreira tauromáquica. A documentação estava pois
bem entregue.
Pensava, com a entrega
dessa documentação e o natural apoio de Rui Bento Vasques, sensibilizar a
Gerência da SRUCP para a ideia. Posteriormente, falar na
realização em
Lisboa do espectáculo que tinha
idealizado para Évora e de que Carlos Pegado se tinha apropriado. Mas novamente fui ultrapassado pelo expedito Carlos Pegado.
Foi ele que propôs e logo aceite pela Gerência da SRUCP, a realização do
espectáculo. Claro, sem nenhum benefício para o projeto do monumento.
Por considerar que não se
justificava realizar outro espectáculo idêntico, mas não querendo desistir do
meu objetivo, penso levar a efeito uma corrida tradicional. Para tal, tenho de
tentar conseguir financiamento, a boa vontade dos que nela quiserem colaborar e
da SRUCP.
Por essa razão, dirigi à
gerência desta Sociedade, a mensagem de que envio cópia.
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Da: Comissão Executiva
do
Monumento ao Forcado
À Gerência da Sociedade
de Recuperação
Urbana do Campo Pequeno
Exmos. Senhores
Há cerca de quatro meses
confiei ao vosso Gestor Artístico, Rui Bento Vasques, documentação referente ao
projeto do Monumento ao Forcado que pretendemos erigir, e estarmos autorizados
a tal, no Jardim do Campo Pequeno, junto à Praça de Toiros.
Afastada a ideia do
espectáculo que tínhamos pensado para conseguir o dinheiro necessário para prosseguirmos, mantendo a mesma ambição, criámos
uma alternativa. Vai ser uma tourada tradicional. Para a levar a efeito, temos
que tentar arranjar quem a financie, contar com a boa vontade de artistas,
ganadeiros e, até, da vossa própria Sociedade, pois é no Campo Pequeno que
gostaríamos de a efetuar.
Para o financiamento,
primeiro passo a dar, estamos procurando forma de sermos recebidos pelo Senhor
Presidente da Câmara, Dr. António Costa. Quando tal acontecer, julgamos útil levar a documentação que entreguei a Rui Bento Vasques.
Por ter sido a ele que
confiei tal documentação, pedi-lhe o favor de a deixar na receção pois que a
iria lá buscar. Como nas várias vezes que falei para a receção, me foi dito que
nada tinham, resolvi telefonar-lhe diretamente.
Disse nada ter que ver com o assunto, pois tinha dado toda a documentação
ao
Dr. Henrique Borges.
Dado o bom relacionamento
de cerca de vinte anos, existente entre nós, razão porque lhe confiara a documentação,
tal despreendimento foi inesperado mas…
Há cerca de mês e meio, falando
pessoalmente com o Dr. Henrique Borges, foi-me dito que tinha que procurar
os documentos no meio de toda a
papelada que estrava em cima da sua secretária. Compreendi esta situação pois
uma Empresa como a SRUCP é, certamente, muito trabalhosa.
Pacientemente, passei a
telefonar para a receção a saber se os documentos já lá estavam, já que nunca
mais tive oportunidade de falar com o Dr. Henrique Borges. Cheguei mesmo a
pedir ao Dr. Paulo Pereira, aliás sem resultado, o favor de se interessar pelo
caso.
As minhas diligências
para uma entrevista com o Senhor Presidente da Câmara, têm estado paradas à
espera da devolução dos citados documentos. Esse o motivo
porque me dirijo agora a Vossas
Excelências.
Exposta a razão da minha
insistência da qual, desde já, peço desculpa, agradeço que se interessem pelo
nosso problema e o resolvam rapidamente.
Com toda a consideração,
Pela Comissão Executiva
do Monumento ao Forcado
Carlos Patrício Álvares
2 comments:
Exmo. Sr. Carlos Patricio Álvares, então foi entregar os documentos originais?
Dita a regra do bom senso guardar sempre os originais e entregar cópias...
É verdade! Ingenuidade incompreensivel. Principalmente na minha idade. Mas..."quem bem pensa mal não cuida". Diz provérbio antigo. Mas, enfim, embora com demora, espero que tudo se resolva a contento.Chaubet
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