Fotos: Florindo Piteira
Crónica Miguel Ortega Cláudio / NATURALES
A Capital do Alentejo, Évora, abriu as portas da sua praça de toiros para receber a tradicional corrida de São Pedro.
Novamente
a aficion das gentes da Cidade Museu ficou bem patente. Apesar das
câmaras da RTP transmitirem a corrida em directo para milhões de
aficionados a praça quase encheu. O dia 29 de Junho é dia de ir à feira,
mas também é dia de ir aos toiros. E assim foi.
Uma
nota caricata foi o facto do estádio da cerveja Sagres, a escassos
metros da praça, com um ecrã gigante ali instalado para transmitir todos
os jogos da seleção portuguesa, ter transmitido ontem em directo a
corrida de toiros, para deleite dos muitos que, por uns motivos ou
outros, não puderam assistir nas bancadas da Arena de Évora. Também me
foi relatado que em quase todos os restaurantes e tasquinhas da feira de
São João a corrida foi retransmitida em centenas de televisores ali
instalados para ver os jogos da bola, mas que ontem serviram para
transmitir aquela que é, quer queiram ou não, uma das tradições mais
enraizadas do povo português, a festa dos toiros. Olé!
A corrida em si teve muitos momentos de interesse foi divertida e deixou todos satisfeitos e com vontade de voltar.
Não me vou alongar em apreciações dado que quase todos os leitores tiveram a oportunidade de ver a corrida.
O
curro de toiros da Ganadaria Pinto Barreiros regressava a Évora ao fim
de 20 anos de ausência, e enviou para esta corrida um curro digno da
ganadaria e da praça (excepção feita ao quarto o mais terciado de todo o
encerro). Todos os toiros tinham quatro anos de idade e pesos
compreendidos entre os 535 e os 565kg. Quanto ao comportamento,
cumpriram, de uma forma geral, destacando-se pela positiva os bravos
primeiro, terceiro, quinto e sexto. Uma nota negativa de quase todos os
toiros foi demonstrem alguma falta de força.
No
capítulo das pegas a noite foi de festa para os forcados da terra. É
sempre bonito ver uma arena cheia de jaquetas das ramagens! Cerca de 50
forcados fardados, actuais e velhas glórias do grupo Eborense,
festejarem mais um ano de existência na Capital do Forcado.
Foram
caras nesta noite: Ricardo Casas Novas, que se fechou à segunda na cara
do Pinto Barreiros; Francisco Garcia, que à primeira e depois de muito
recuar na cara do toiro se fechou à primeira. Só um forcado com muita
experiência consegue realizar uma pega assim; José Pereira, que só à
terceira se conseguiu fechar na cara do nobre terceiro, um toiro chato
para a pega, dado que humilhava muito e derrotava por baixo,
dificultando o papel dos ajudas; João Pedro Oliveira, numa grande pega
de caras à primeira tentativa. Fechou a noite o cabo António Alfacinha, à
primeira, numa pega que não teve mais brilho dada a falta de força do
toiro.
O
quarto da noite foi pegado de cernelha, visto que o toiro se
desembolou, por de Cláudio Carujo e Francisco Alves, que estiveram muito
bem ao primeiro intento.
No início da corrida foi guardado um sentido minuto de silêncio em memória da Sra. Dona Maria Helena Corrêa Henriques Passanha.
Dirigiu a corrida de forma muito acertada o Sr. Pedro Reinhardt.
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