Na fotografia o Forcado Pedro Vieira dos Amadores de Tomar (em cima) a proteger com o seu corpo o colega desmaiado, João Paulo Damásio, pertencente ao Grupo do Montijo (por baixo). Fora da fotografia* está o Touro de cerca de 600 kg, que lhes marrou, os espezinhou e atirou pelo ar com os derrotes.
Este post não é sobre tourada, é sobre humanismo, altruísmo, abnegação, coragem, fraternidade, resiliência, respeito entre colegas de equipas diferentes. Uma lição que se deve levar para os desportos, ou mesmo para o mundo corporativo.
Aborrece-me a falta de desportivismo entre claques e entre atletas é a antítese dos princípios do desporto, entristece-me ver chefias, gestores e patrões a estimularem a competição entre membros da mesma equipa sem noção que o excesso de competição é puro canibalismo corporativo. A cooperação é um jogo de multiplicação, a competição é um jogo de soma e subtração. No primeiro constrói-se conjuntamente no segundo divide-se, energia, recursos e inteligência entre construção do resultado e destruição da concorrência.
Estes homens, não recebem nada pelo que fazem, contribuem para um espectáculo onde outros ganham dinheiro (independentemente do que se pensa dele) competem entre si no sentido de serem reconhecidos como tendo feito o melhor trabalho (a melhor pega) não competem contra os outros, nem sequer competem contra o animal, apenas competem consigo, para aprimorar o trabalho que fazem numa atividade de risco de vida. Inúmeras Fotos como esta poderão ser encontradas nos arquivos de fotógrafos em todo mundo, tenho a certeza. Não tirando nunca o mérito aos seus protagonistas.
Porque dou relevo aos Forcados e não a outros quaisquer?
Primeiro porque foi o que me inspirou:
Polícias dão a vida por nós e uns pelos outros, soldados dão a vida por nós e uns pelos outros, bombeiros dão a vida por nós e uns pelos outros. Têm todo o mérito admiro-os muito mas não têm equipas concorrentes portanto o conceito que quero transmitir não se aplica.
Segundo porque no caso dos forcados estamos perante duas equipas, concorrentes numa atividade de alto risco que em vez de guerrearem são solidárias ente si, mesmo com risco de saúde.
Repito: Pensem o que pensarem da tourada é um exemplo que devíamos levar para o mundo.
Texto: Rui Coelho da Silva ©️2019
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