Vitor Morais Besugo
A noite de 9 de outubro levou até à Palha
Blanco milhares de aficionados que esgotaram a tradicional "TERÇA-FEIRA
NOCTURNA".
Muitos foram para assistir ao
"duelo" ibérico entre Telles e Ventura, mas esta noite é afamada por
ser de EXALTAÇÃO AO FORCADO VILAFRANQUENSE, e voltou a ser, com o publico a
mostrar imenso respeito pelo Grupo de Vila Franca.
Antes do inicio do espectáculo a
Câmara Municipal de Vila Franca prestou uma singela homenagem ao cabo que se despedia,
Ricardo Castelo e ao seu sucessor, Vasco Pereira.
Abriu praça o ainda cabo Ricardo Castelo, que escolheu o
primeiro "Prudêncio" da noite para se despedir das arenas, e fez aquilo a que nos habituou ao longo de 20 anos como FORCADO (Cuba, 5 de setembro de 1998)
e de 8 anos como cabo, sem vaidades, eficiente a executar na perfeição todos os
momentos da pega. Bem ajudado nas “primeiras” pelo Emanuel Matos e com o grupo a
mostrar logo na primeira pega o porquê de ser um dos melhores grupos a “ajudar”
os toiros. Nota ainda para o reaparecimento nesta noite especial para João
Pedro Bento “Petróleo” que esteve nas “terceiras”. Antes Ricardo Castelo
brindou ao seu Grupo e à sua mulher "para quem agora tem mais tempo".
De seguida passou a responsabilidade do
comando do grupo de Vila Franca a Vasco Pereira que assim se tornou o 18.º cabo
do Grupo fundado por Joaquim Franco em 1932.
Vasco
Pereira foi para a cara
do segundo “Prudêncio”, o mais complicado da noite. Não sendo o seu tipo de
toiro, não quis deixar para outro este momento. Sempre valente a não virar a
cara a um toiro que saía solto, bruto e a investir pelo chão. Concretizou à 4.ª
tentativa com o grupo a meter o “coiro” e o seu irmão José Francisco nas “primeiras”.
Antes brindou à mãe, ao irmão e aos “Céus” onde o seu pai “Mané” Pereira estará
orgulhoso dos seus herdeiros de vida e de jaqueta.
Seguiu-se para o terceiro da ordem, o
primeiro “Palha”, Francisco Faria,
numa pega que muito fez lembrar o seu pai Jorge Faria, simples e eficaz, pois
quando se sabe o que se está a fazer tudo se torna fácil. Boa “segunda” de João
Maria Santos.
O segundo “Palha” e quarto da ordem teve
pela frente David Moreira, que mostrou ter uns braços de ferro ao conseguir
ficar na cara do toiro, fechado à córnea, a aguentar os violentos derrotes do “Palha.
Novamente bem o grupo a ajudar junto a tábuas.
Márcio
Francisco bateu as palmas
ao primeiro “Guiomar”. Brindou a Vasco Dotti, por “representar a geração de
ouro dos Amadores de Vila Franca” ao que acrescento “GERAÇÃO DE OURO DA
FORCADAGEM PORTUGUESA”, (quem não se lembra da corrida do Centenário do Campo
Pequeno onde se pegaram “Infantes da Câmara”). Na primeira tentativa “defendeu-se”
com o joelho direito o que provocou momentos de aflição, com o Forcado a
mostrar estar maltratado, mas Márcio Francisco tem-nos habituado ao longo de 12
anos de carreira que é dos FORCADOS que não vira a cara à luta. Levantou-se,
bebeu água, molhou a testa e foi novamente para a cara do toiro, desta vez
determinado a não voltar mais nenhuma vez. Pisou terrenos de compromisso, “sacou-se”
e fechado à córnea consumou mais uma grande pega eficazmente ajudada.
A fechar a corrida saltou tábuas à frente
do grupo Rui Godinho, que brindou ao
cabo que o fez Forcado, Pedro Castelo. Bateu Palmas ainda nos tércios, com o “Guiomar”
a sair de largo e franco. Alegrou no momento certo, fechou-se também à córnea e
o grupo completou a pega.
Nota para o Forcado Carlos Silva que rabejou com mestria os seis toiros da noite.
Depois de mais uma noite em que se EXALTOU
A FIGURA DO FORCADO E A JAQUETA AS RAMAGENS, deixo a incompreensão por não ver
o GRUPO DE FORCADOS AMADORES DE VILA FRANCA DE XIRA com mais contratos para
corridas, principalmente por praças alentejanas.
Obrigado ao empresário Ricardo Levesinho por proporcionar uma noite destas aos aficionados. Valeu a pena fazer 400km em autocarro com mais 40 aficionados de Beringel, porque ... VILA FRANCA É DIFERENTE.
Vitor Morais Besugo
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