ENTREVISTAS: DOMINGOS JEREMIAS - CABO DO GFA REDONDO

O Grupo de Forcados Amadores de Redondo (GFAR) teve o seu início em 1999, embora a data da fundação do Grupo seja considerada a da primeira atuação regulamentar, a 07 de Outubro de 2000, na antiga Praça de Toiros Simão da Veiga Jr. atual Coliseu de Redondo.
O GFAR foi fundado por um grupo de jovens aficionados e entusiastas da festa brava, sendo que alguns deles já tinham experiência de outros grupos tais como Arronches, S. Manços, Portalegre, etc...
Foram cabos dos Amadores de Redondo Fernando Silva 2000/2005; Fernando Casimiro 2005/2006; João "Pepe" Santana de 2007 até 5 de Maio de 2012, quando Domingos Jeremias assumiu o comando deste grupo. Esta noite prepara-se para passar o testemunho a Hugo Figueira.

Para assinalar os 15 anos de existência dos Amadores de Redondo e a poucos dias de se despedir das arenas, o FORCADO AMADOR numa parceria com o NATURALES, entrevistou o atual cabo – DOMINGOS JEREMIAS, entrevista conduzida por Vitor Besugo:

Como nasceu o teu gosto pelos toiros e, como chegaste aos Amadores de Redondo?
O gosto pela tauromaquia foi-me incutido pelo meu avô leão que sempre foi um grande aficionado, desde pequeno a ir aos toiros com ele e sempre a conviver com os aficionados da nossa vila, todos os fundadores éramos amigos de infância e foi assim que cheguei ao grupo… ajudando a construir.

Como foi o teu percurso, até chegares a cabo?
Sempre me destaquei pelas 1ªs ajudas, era a posição em que mais me encaixava e onde me sentia bem, passei por momentos fantásticos, tardes de glória outras menos boas, mas sempre na melhor companhia dos amigos de infância foi por eles que estamos aqui hoje a comemorar os 15 anos

O que significa para ti pertenceres ao grupo de Redondo?
Um orgulho... Pois não é fácil construir um grupo de raiz, eu sou o último fundador ainda no ativo, lutamos contra tudo e contra todos, pegamos o que havia para pegar, fomos a sítios onde na altura para podermos “matar o bicho” tínhamos que percorrer centenas de kms, por vezes para pegar só um toiro numa demonstração, e é ai que eu dou valor a todos os grupos pequenos, porque no fundo andamos todos cá para o mesmo, pela amizade e união e pela paixão de enfrentar o toiro.

E seres cabo?
Para mim ser cabo não era nada que ambicionava ser, mas quando o nosso cabo João decidiu sair foi em mim que o grupo na altura acreditou, aceitei o desafio mas mencionei que ficava apenas 3 ou 4 anos e assim foi.

Qual a praça em que mais gostas de pegar? Porquê?
Sem dúvida o momento que mais me marcou foi quando pisei a arena do Campo Pequeno (vieram as lágrimas ao olhos) era algo que ambicionamos sempre andamos 10 anos a lutar por esse momento e conseguimos, depois sem dúvida a praça da nossa terra, publico exigente mas sem dúvida o melhor público do mundo.

Na tua vida de forcado qual foi o forcado que mais te marcou? Porquê?
Não vou mencionar nenhum nome, mas sim os 20 magníficos que comigo fundaram o grupo de Redondo e fizeram com que hoje seja uma data especial. Obrigado a todos “forcadões”.

Como é que analisas o momento da forcadagem nacional?
Não vou comentar… sem dúvida que rebentava uma bomba…

Na tua vida de forcado qual foi o teu melhor momento, aquele do qual guardas melhores recordações?
Os 10 anos do grupo ver que depois de tanto sacrifício conseguimos juntar 40 forcados no aniversário.

E o pior?
Entro para cabo do grupo em Abril e em Junho parto a perna a ajudar um toiro em Reguengos de Monsaraz, uma lesão grave que me fez parar 3 meses numa altura em que o grupo precisava mais de mim… tenho que agradecer a todos os forcados que nessas altura me ajudaram e não baixaram os braços e acabou por ser a época que o grupo mais corridas fez, desde sempre.

Como se encontra o grupo que comandas neste momento?
O grupo neste momento está solido apesar de ter havido algumas saídas (4) mas como temos cerca de 35 elementos acabou por não se notar, dos 4 que saíram 2 eram peças fundamentais mas nada que não se consiga ultrapassar é a oportunidade para os mais novos de afirmarem e ocupar esses lugares.

No inicio da temporada quando anunciaste a tua retirada foi anunciado como teu sucessor o Forcado Júlio Suzano, após alguns meses e muita polémica foi anunciado o Hugo Figueira. Queres explicar este processo de sucessão?
Uma grande polémica? Onde? Foi algo interno do grupo que ninguém tinha nada a ver com isso, mas como o Vítor quer que explique aqui vai.
No inicio da temporada falei pessoalmente com as 3 pessoas a sós que achava que tinham capacidade para assumirem cargo de tão elevada responsabilidade, quando falei com o Júlio disse-me logo que tinha que pedir autorização aos pais algo que aceite pois é fruto dos 22 anos que tinha, onde a família informou que não apoiava e logo ai eu deixe o nome de parte e avancei ao grupo os outros, mais tarde a família veio falar comigo e dizer que afinal apoiava, e ai o meu grande ERRO QUE ASSUMO voltei a meter o Júlio a votos, chegou o dia das votações onde o Júlio VENCE  por 13 votos apenas com mais 2 do que o outro eleito, algo ai foi assegurado a entrada do Júlio para cabo (mas nunca oficializado pelo grupo a nenhum site) com o decorrer dos meses e sem as coisas estarem a correr como queria e com os FUNDADORES a pressionarem que as coisas não estava a correr bem (sempre avisando o Júlio) acabamos por fazer uma reunião de FUNDADORES onde o Júlio não foi convocado mas sim informado que havia, depois de ser analisado os 3 meses do Júlio vimos que tinha havido um erro pois vimos todas as qualidades  e muitas que o Júlio tem mas esquecemo-nos do mais importante a experiência, o pulso, a vontade de se ser cabo fruto da sua curta carreira de forcado apenas 3 anos, volto a dizer sem receio, pois quem não errou que atire a primeira pedra… UM ERRO QUE ASSUMO… em relação à escolha do Hugo figueira optamos porque é o forcado mais antigo com 9 anos de forcado e com uma grande experiência a analisar toiros.
Ao Júlio Susano gostava de deixar a mensagem de agradecimento por tudo o que fez no grupo nos 3 anos que cá esteve sempre um miúdo educado e com vontade de ir aos toiros o meu obrigado, tenho pena mas cá estarei para de aplaudir ainda.  

Esta noite vão ter um desafio importante. Como encaras este desafio?
Um desafio no qual nos sentimos preparado para o assumir, vamos estar em praça 45 forcados (o IGAC não autoriza fardar mais) vai ser uma noite de muita responsabilidade carregada de sentimento mas o grupo está muito unido e confiante.

Que mensagem deixas aos antigos, atuais e futuros forcados dos Amadores de Redondo.
Não é uma despedida vou apenas deixar de ser cabo estarei sempre presente a ajudar cá de fora e a dar apoio, obrigado a todos os que me ajudaram sem a vossa ajuda não era possível, obrigado a toda a minha família pois foram um ponto de apoio muito importante, aos atuais e futuros forcados sigam a mesma linha que até aqui temos tido, respeito, humildade, amizade e garra com esses ingredientes conseguirão encontrar o triunfo.
Divirtam-se a pegar toiros como eu me diverti e não entrem em competições…

Uma mensagem também para todos os cabos dos grupos que sempre me ajudaram, aos empresários que sempre acreditaram no meu grupo, á imprensa que sempre nos apoiaram mesmo quando diziam coisas menos boas víamos como uma critica construtiva e não destrutiva e tentamos sempre melhorar e por último a todos os aficionados pois são eles que nos aplaudem



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