Crónica: Patricia Sardinha - NATURALES
Fotos: Pedro Batalha
Em Évora, noite não foi para meninos
Mais! Esperavam-se mais aficionados ontem na Arena d'Évora para prestar homenagem a quem em vida tanto deu pela nossa Festa. Aliás, retiro o que disse. Não se esperavam mais! Esperavam-se sim, todos os aficionados!
O Eng. Joaquim Murteira Grave, considerado por muitos e como bem foi dito em praça, o melhor ganadero português do séc. XX, dinamizou a Festa Brava em várias localidades, criou um 'toiro' para a História, contribuiu para elevar o nome da Tauromaquia portuguesa lá fora através dos seus triunfos ganaderos, enfim...foi um Senhor! E quando na sua terra, e quase um ano após a sua morte, se prestam a homenageá-lo, pouco mais de meia casa se reuniu para o fazer.
Concluo que este país de aficionados não é para toiros! E pelos vistos, também não é para se convencer por um cartel de jovem cavaleiros. E depois a culpa, é da crise!
Mas o que faltou em gente, compensou-se de sobra em emoção e valor, principalmente por parte daqueles que envergaram ontem as jaquetas de ramagens e tão bem exemplificaram a arte de pegar toiros!
Os toiros vindos de Galeana, bem apresentados e encastados até mais não, honraram a memória do antigo ganadero e vieram para metê-los no sitio. Isto da rês brava não se quer fácil, quer-se a pedir contas. Eu pelo menos quando vou aos toiros, quero ver toda a interacção entre o binómio toiro-toureiro, e não para ver um 'espantalho' quieto e amorfo a deixar que lhe cravem ferros enquanto o artista se exibe na equitação. E os 'murteira graves' de ontem, foram daqueles que não lhe podemos tirar a vista de cima, é que não eram toiros para brincadeiras muito menos para meninos. Complicados?! Nada disso, todos lidáveis! É preciso é ir-se a eles.
Os dois grupos de Forcados em praça, os Amadores de Santarém e Évora, é que não foram meninos e apeitaram-se com os 'murteiras' dando muita emoção à corrida, com a realização de pegas de encher o olho.
Pelos Amadores de Santarém pegou António Grave de Jesus com uma boa pega à primeira e onde o seu primo, Miguel Navalhinhas, brilhou na ajuda; João Brito também à primeira com uma pega tecnicamente perfeita e onde mais uma vez, o primeiro ajuda, neste caso Nelson Ramalho, provou que nem só dos forcados da cara se fazem os grandes grupos; e João Torres Vaz Freira encerrou a prestação dos de Santarém em grande, com uma pega também ao primeiro intento, onde o toiro ainda ensarilhou, levantou-o alto após a reunião, mas João teve braços e o grupo resolveu efizcamente.
Pelos da terra, Évora, pegou Ricardo Sousa à terceira tentativa e com ajudas, depois de dois intentos em que o toiro se mostrou bruto nas reuniões; João Pedro Oliveira com um pegão dos que arrepia, tal a velocidade do avião, aguentando a viagem sozinho até tábuas! Valeu-lhe duas voltas à arena. E fechou a noite, pelos eborenses, José Miguel Martins, que resolveu à terceira com ajudas, depois de nos intentos anteriores, o toiro que se fez tardo a investir acabava por desfazer a pega.
De salientar ainda, o facto curioso de nas cortesias estarem três 'graves', netos dos homenageado: António Grave de Jesus, João Grave e Miguel Navalhinhas. Um orgulho para o avô certamente.
Ao intervalo, foi feita uma simpática homenagem ao Eng. Joaquim Murteira Grave, com a presença de muitos dos seus familiares na arena, e na qual se associou a empresa Campo & Praça, a Câmara Municipal de Évora, os dois Grupos de Forcados e até a equipa de emboladores. Gesto bonito! Esta homenagem ficou perpetuada com o descerrar de uma placa evocativa numa das paredes da praça e houve ainda tempo para dois fados.
Dirigiu a corrida o sr. Manuel Gama, coadjuvado pelo veterinário Feliciano Reis.
Mais! Esperavam-se mais aficionados ontem na Arena d'Évora para prestar homenagem a quem em vida tanto deu pela nossa Festa. Aliás, retiro o que disse. Não se esperavam mais! Esperavam-se sim, todos os aficionados!
O Eng. Joaquim Murteira Grave, considerado por muitos e como bem foi dito em praça, o melhor ganadero português do séc. XX, dinamizou a Festa Brava em várias localidades, criou um 'toiro' para a História, contribuiu para elevar o nome da Tauromaquia portuguesa lá fora através dos seus triunfos ganaderos, enfim...foi um Senhor! E quando na sua terra, e quase um ano após a sua morte, se prestam a homenageá-lo, pouco mais de meia casa se reuniu para o fazer.
Concluo que este país de aficionados não é para toiros! E pelos vistos, também não é para se convencer por um cartel de jovem cavaleiros. E depois a culpa, é da crise!
Mas o que faltou em gente, compensou-se de sobra em emoção e valor, principalmente por parte daqueles que envergaram ontem as jaquetas de ramagens e tão bem exemplificaram a arte de pegar toiros!
Os toiros vindos de Galeana, bem apresentados e encastados até mais não, honraram a memória do antigo ganadero e vieram para metê-los no sitio. Isto da rês brava não se quer fácil, quer-se a pedir contas. Eu pelo menos quando vou aos toiros, quero ver toda a interacção entre o binómio toiro-toureiro, e não para ver um 'espantalho' quieto e amorfo a deixar que lhe cravem ferros enquanto o artista se exibe na equitação. E os 'murteira graves' de ontem, foram daqueles que não lhe podemos tirar a vista de cima, é que não eram toiros para brincadeiras muito menos para meninos. Complicados?! Nada disso, todos lidáveis! É preciso é ir-se a eles.
Os dois grupos de Forcados em praça, os Amadores de Santarém e Évora, é que não foram meninos e apeitaram-se com os 'murteiras' dando muita emoção à corrida, com a realização de pegas de encher o olho.
Pelos Amadores de Santarém pegou António Grave de Jesus com uma boa pega à primeira e onde o seu primo, Miguel Navalhinhas, brilhou na ajuda; João Brito também à primeira com uma pega tecnicamente perfeita e onde mais uma vez, o primeiro ajuda, neste caso Nelson Ramalho, provou que nem só dos forcados da cara se fazem os grandes grupos; e João Torres Vaz Freira encerrou a prestação dos de Santarém em grande, com uma pega também ao primeiro intento, onde o toiro ainda ensarilhou, levantou-o alto após a reunião, mas João teve braços e o grupo resolveu efizcamente.
Pelos da terra, Évora, pegou Ricardo Sousa à terceira tentativa e com ajudas, depois de dois intentos em que o toiro se mostrou bruto nas reuniões; João Pedro Oliveira com um pegão dos que arrepia, tal a velocidade do avião, aguentando a viagem sozinho até tábuas! Valeu-lhe duas voltas à arena. E fechou a noite, pelos eborenses, José Miguel Martins, que resolveu à terceira com ajudas, depois de nos intentos anteriores, o toiro que se fez tardo a investir acabava por desfazer a pega.
De salientar ainda, o facto curioso de nas cortesias estarem três 'graves', netos dos homenageado: António Grave de Jesus, João Grave e Miguel Navalhinhas. Um orgulho para o avô certamente.
Ao intervalo, foi feita uma simpática homenagem ao Eng. Joaquim Murteira Grave, com a presença de muitos dos seus familiares na arena, e na qual se associou a empresa Campo & Praça, a Câmara Municipal de Évora, os dois Grupos de Forcados e até a equipa de emboladores. Gesto bonito! Esta homenagem ficou perpetuada com o descerrar de uma placa evocativa numa das paredes da praça e houve ainda tempo para dois fados.
Dirigiu a corrida o sr. Manuel Gama, coadjuvado pelo veterinário Feliciano Reis.
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