- JOSÉ CARRAÇA - Não se sabe ao certo a data de nascimento deste famoso forcado, mas pensa-se ter sido em 1852/53, dado seu irmão António Maria Carraça, nascido a 25 de Dezembro de 1863, ser mais novo 10/11 anos. Teve outro irmão, Domingos Carraça, do qual se dizia «ser mais valente e melhor que todos os irmãos», apesar de só ter pegado uma vez. Contava o sobrinho/neto António Carraça, também forcado, que a mãe quando olhava para eles... abanando a cabeça... dizia... «parece que saíram todos da barriga de uma vaca!»
Relatamos esta estória bem conhecida entre a família Carraça:-
- «Um dia, José Carraça foi pegar ao Campo Pequeno com os forcados de Alcochete, cujo curro pertencia ao Comendador Estêvão de Oliveira. Eram toiros enormes, “Casa do Infantado”, que todos os grupos temiam! O Comendador, ao passar pelo Carraça no pátio das quadrilhas, atira-lhe…
...oh, Carraça!... está lá um toiro que nenhum forcado de Alcochete o consegue pegar! José Carraça replica... oh, senhor Estevão... desde quando um alcochetano deixa um toiro por pegar ?!... estava a brincar!... responde o Comendador. José Carraça vai 8 vezes à cara desse toiro que, na última tentativa, o atira para o hospital. Passados tempos, José Carraça e o irmão António Maria - que os apetrechos de caça, mas com o intuito de se vingarem do “toirão” que os tinha derrotado. Embrenham-se na charneca com cuidado e, vendo toiros ao longe aproximam-se e reconhecem o que não tinham conseguido pegar, ainda com as marcas dos ferros! José Carraça põe de sobreaviso o irmão... fixam os sobreiros onde deverão esconder-se ... e provocam ......toiro .....ééé .... toiro!!!... este arranca .... José Carraça e irmão de sobreiro em sobreiro conseguem-no iludir e cansar; quando o toiro fica a jeito... zás...atira-se ao rabo e o irmão à cernelha! Após o dominarem ... derrubam-no... e atam mãos e patas com as cintas que era costume usarem à cintura! Mais tarde... o maioral “Loretas” ao passar pelo local e vendo o toiro imobilizado... fica espantado!... aterrorizado… numa cavalgada desenfreada vai à vila dar conhecimento ao Comendador! Ao ouvir tal coisa...o Comendador fica admirado... mas desconfia logo que só poder ter sido façanha do “Zé Carraça”! Dado a grande amizade que os unia, nunca lhe disse nada. Perdoa-lhe, e só anos depois lhe revela ter sabido do caso».
A fama, força, valentia e façanhas de José Carraça, Joaquim Valentim e de António Maria Carraça eram tais que, impressionado pelo que lhe contavam, D. Carlos I, criador de toiros e grande aficionado, os quis conhecer pessoalmente quando de uma passagem pela vila de Alcochete para caçar em terras do Comendador.
Era, não só um rabejador por excelência, mas também um pegador de caras extraordinário! Juntamente com o compadre Joaquim Valentim - cernelheiro -, por gosto do perigo, saudade de corridas e temerários que eram, iam muitas vezes para a charneca sozinhos pegar toiros já corridos! Parece impossível, mas Guilhermina Barrinha, sobrinha de Joaquim Valentim, a família Carraça, contavam muitas vezes esta estória, e outras mais, praticadas por estes dois temíveis homens!
- José Barrinha Cruz
- «Um dia, José Carraça foi pegar ao Campo Pequeno com os forcados de Alcochete, cujo curro pertencia ao Comendador Estêvão de Oliveira. Eram toiros enormes, “Casa do Infantado”, que todos os grupos temiam! O Comendador, ao passar pelo Carraça no pátio das quadrilhas, atira-lhe…
...oh, Carraça!... está lá um toiro que nenhum forcado de Alcochete o consegue pegar! José Carraça replica... oh, senhor Estevão... desde quando um alcochetano deixa um toiro por pegar ?!... estava a brincar!... responde o Comendador. José Carraça vai 8 vezes à cara desse toiro que, na última tentativa, o atira para o hospital. Passados tempos, José Carraça e o irmão António Maria - que os apetrechos de caça, mas com o intuito de se vingarem do “toirão” que os tinha derrotado. Embrenham-se na charneca com cuidado e, vendo toiros ao longe aproximam-se e reconhecem o que não tinham conseguido pegar, ainda com as marcas dos ferros! José Carraça põe de sobreaviso o irmão... fixam os sobreiros onde deverão esconder-se ... e provocam ......toiro .....ééé .... toiro!!!... este arranca .... José Carraça e irmão de sobreiro em sobreiro conseguem-no iludir e cansar; quando o toiro fica a jeito... zás...atira-se ao rabo e o irmão à cernelha! Após o dominarem ... derrubam-no... e atam mãos e patas com as cintas que era costume usarem à cintura! Mais tarde... o maioral “Loretas” ao passar pelo local e vendo o toiro imobilizado... fica espantado!... aterrorizado… numa cavalgada desenfreada vai à vila dar conhecimento ao Comendador! Ao ouvir tal coisa...o Comendador fica admirado... mas desconfia logo que só poder ter sido façanha do “Zé Carraça”! Dado a grande amizade que os unia, nunca lhe disse nada. Perdoa-lhe, e só anos depois lhe revela ter sabido do caso».
A fama, força, valentia e façanhas de José Carraça, Joaquim Valentim e de António Maria Carraça eram tais que, impressionado pelo que lhe contavam, D. Carlos I, criador de toiros e grande aficionado, os quis conhecer pessoalmente quando de uma passagem pela vila de Alcochete para caçar em terras do Comendador.
Era, não só um rabejador por excelência, mas também um pegador de caras extraordinário! Juntamente com o compadre Joaquim Valentim - cernelheiro -, por gosto do perigo, saudade de corridas e temerários que eram, iam muitas vezes para a charneca sozinhos pegar toiros já corridos! Parece impossível, mas Guilhermina Barrinha, sobrinha de Joaquim Valentim, a família Carraça, contavam muitas vezes esta estória, e outras mais, praticadas por estes dois temíveis homens!
- José Barrinha Cruz
1 comments:
As origens do Forcado de Alcochete!
Enviar um comentário
ATENÇÃO: NÃO SE ACEITAM COMENTÁRIOS ANÓNIMOS