ENTREVISTA A PEDRO MARIA GOMES - GFA LISBOA - 70 ANOS A PEGAR TOIROS!



"O meu Avô queria que eu fosse toureiro, mas o que mais me apaixonava, fruto da convivência com o Grupo de Lisboa, era ser forcado" - Pedro Maria Gomes, cabo dos amadores de Lisboa

O Grupo de Forcados Amadores de Lisboa foi fundado a 9 de Agosto de 1944 e teve como cabo Nuno Salvação Barreto que o comandou até 1992, ano em que passou o testemunho, e quando a doença já o corroía implacavelmente, a um dos seus mais dedicados pupilos, José Luís Gomes, que, a 8 de Abril de 2010, entregou o comando do grupo a seu filho, Pedro Maria Gomes, nesse mesmo dia o Grupo de Forcados Amadores de Lisboa foi agraciado com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa, pelo Presidente da Câmara, João Soares.

O Grupo de Forcados Amadores de Lisboa comemora 70 anos de existencia já no próximo dia 9 de Agosto e Pedro Maria Gomes é apenas o seu terceiro cabo...

Hoje no Campo Pequeno, e na sua cidade, o Grupo enfrenta seis toiros da temível ganadaria de Canas Vigouroux, assinalando assim oficialmente os seus 70 anos de existência. Vitor Besugo aproveitou esta importante efeméride para entrevistar Pedro Maria Gomes em exclusivo para o NATURALES e para o FORCA
DO
AMADOR.
 
Pedro, sempre tiveste inserido no meio dos toiros, tens um pai que foi Forcado e cabo do Grupo de Lisboa, um irmão também forcado, outro toureio, um avô também ele matador de toiros. Era quase impossível não seres Forcado ou toureiro?
Com essa convivência penso que era impossível não ser aficionado, pois antes de ser forcado sou aficionado. O meu Avô queria que eu fosse toureiro, mas o que mais me apaixonava, fruto da convivência com o Grupo de Lisboa, era ser forcado, por isso, passar de aficionado a forcado foi um passo natural.

Em que ano entras para o grupo de Lisboa?
Comecei a treinar com o Grupo em 1994, mas só em 1997, em Abiúl, fardei-me pela primeira vez, tinha 16 anos.

Como foi o teu percurso como Forcado?
Comecei como ajuda, o meu pai achava que por ser alto não tinha o perfil para ser forcado de cara. Só em 2000 é que tive a oportunidade de pegar pela primeira vez, em Porto Côvo. A partir daí e até 2003 pegava e ajudava até que interrompi a carreira por lesão e tornei me Director de Corrida durante 3 épocas. Regressei ao Grupo em 2007 e em 2010 tornei me Cabo.


O que significa para ti pertenceres ao grupo de Lisboa?
As minhas primeiras recordações de infância são o Grupo de Lisboa, por isso é fácil perceber o significado de pertencer a este Grupo.

E seres cabo?
Orgulho me de ter sido escolhido pelos elementos do Grupo e assim ter as "rédeas" do Grupo e contribuir para a sua continuidade.


Na tua vida de forcado qual foi o forcado que mais te marcou? Porquê?
É difícil escolher, pois conheci e fardei me com grandes Forcados no Grupo de Lisboa.
Talvez destaque dois Forcados que me marcaram muito, um foi o António José Casaca e o outro foi o meu irmão Gonçalo. Foram dois forcados que me deram mais confiança quando iam para a cara de um toiro, tudo parecia fácil, eram atletas, eram humildes e sempre com uma palavra de conforto e de confiança.

Na tua vida de forcado qual foi o teu melhor momento, aquele do qual guardas melhores recordações?
Felizmente tenho vários momentos que guardo recordações, mas destaco a noite em que assumi o Grupo e a noite em que voltei a pegar de caras, passados 6 anos da minha lesão.

E o pior?
O pior é muito fácil de destacar, foi no dia 19 de Junho de 2003 na Malveira. Uma corrida com toiros Vitor Mendes em que pegávamos os 6 toiros. No terceiro toiro da corrida fui dobrar o António Correia de Campos e ao pegar fui contra o estribo da praça e provocou me uma fratura do fígado e o rompimento de duas artérias.
 Foi um momento muito dificil que me fez interromper a carreira de Forcado, mas graças a Deus  consegui regressar.

Como se encontra o grupo que comandas neste  momento?
Numa fase de renovação e com muito potencial.

É importante a presença dos antigos Forcados no dia-a-dia dos grupos. Nos Amadores de Lisboa essa presença é uma realidade? Como analisas essa presença junto dos forcados actuais?
Sem dúvida que é muito importante e isso é uma realidade no GFAL. Faço questão e dou a liberdade necessária para serem uma voz activa no dia-a-dia do Grupo. Aconselho me muito com todos e são eles que ajudam a passar os valores e princípios desta escola de vida, os Amadores de Lisboa.

Este ano o grupo comemora 70 anos de existência. Como vão ser as comemorações?
Daqui por 5 anos, nos 75 anos faremos uma época com mais comemorações, mas ainda assim o ponto alto desta época será a corrida desta noite. Em Dezembro faremos uma digressão ao México onde iremos estar durante 22 dias para pegar algumas corridas e fechamos a época com um jantar de gala.

Esta noite o Grupo de Lisboa irá ter um compromisso muito importante no Campo Pequeno! Como encara o grupo e o cabo este desafio?
Encaramos como um grande desafio. Actuamos perante o nosso público na nossa praça, enfrentamos um curro de toiros sério, vamos ter ao nosso lado vários antigos elementos e festejamos o 70 aniversário do Grupo, por isso não pode haver maior motivação para que corra tudo bem.

Finalmente, uma mensagem para os nossos leitores.
Desejo que todos os aficionados possam marcar presença esta noite no Campo Pequeno, pois é uma oportunidade para verem antigos forcados do Grupo que brilharam noutros tempos e assim assistirem ao nosso 70 aniversário de história ininterrupta.



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