Emoções fortes em Setúbal

Reportagem: Miguel Alvarenga / Farpas Blog
 
Corrida de Toiros "Casa Ermelinda Freitas"
LOCAL: Praça de Toiros Carlos Relvas em Setúbal
DATA: Sexta-feira, 06 de Julho de 2012
FORCADOS: Amadores de Ribatejo, Montijo e Beja.
GANADARIA:Toiros de António Silva
INCIDÊNCIAS:
Face aos duros toiros da ganadaria de António Silva, não tiveram ontem à noite a vida minimamente facilitada os três grupos de forcados que os enfrentaram na corrida de Setúbal.
Com grandes toiros se vêem os grandes forcados e há, por isso, que aplaudir o gesto destes três grupos - Ribatejo, Montijo e Beja - em aceitar o desafio de "ir à cara" dos Silvas, como há que louvar os empresários organizadores da corrida - Bolota e Abel - por terem dado oportunidade, ainda para mais em corrida televisionada, a três agrupamentos "menos rodados", dos chamados da "segunda linha", mas que provaram serem tão forcados como os demais.
Certamente que outros grupos, dos considerados de "nomeada", mais experientes e com mais corridas feitas, teriam sentido menos dificuldades a pegar estes toiros. Mas foi bom - para eles, sobretudo, mas para a Festa também - que a oportunidade tivesse sido "agarrada", com "unhas e dentes" e com as ganas com que o fizeram, por estes três grupos "menos vistos", mas onde existem grandes e bons pegadores, como se viu.
Nem sempre as ajudas estiveram à altura dos forcados da cara - o que evidencia, claramente, tratar-se de grupos "menos rodados" que os outros. Mas a verdade é que em todas as pegas ficou bem patente que qualquer um dos grupos tem grandes forcados de cara nas suas fileiras. E ficou sobretudo patente a vontade dos três grupos em "subir degraus" e em mostrar que, afinal, não existem grupos "de primeira" e grupos "de segunda".
A pega vencedora do troféu que estava em disputa foi a primeira da noite, uma "cara" enorme, executada pelo heróico João Machacaz, cabo dos Amadores do Ribatejo, ao primeiro - e bem emocionante - intento. Fechou-se para ficar e dali não saíu mais, aguentando barbaridades, derrotes, desvios de rota e falta de ajudas oportunas no início. Valente!
Afonso Gonçalves fez a segunda pega dos Amadores do Ribatejo, ao quarto toiro, à terceira tentativa, após impressionantes derrotes e com dois elementos "fora de combate", lesionados na arena.
Pelos Amadores do Montijo, pegou o segundo toiro da noite, à terceira, o forcado Carlos Morais, de pequena estatura, mas coração de gigante. Todo "rasgado" e com uma manga da jaqueta perdida, esteve decidido nas três tentativas, acabando por concretizar com o público todo de pé a aplaudir tamanha valentia.
Para a segunda pega do grupo montijense saltou à arena o veterano Isidoro Cirne (que forcado, meu Deus!). À antiga, bonito no cite, toureiro a recuar, fechou-se com braços de ferro ao primeiro intento. Foi uma pega de uma técnica enorme e não chocava ninguém se o prémio a tivesse (também) contemplado. Grande Isidoro!
Pelo Grupo de Beja, pegou João Fialho o terceiro toiro, à primeira tentativa. Uma pega dura e com o grupo a ajudar bem. A segunda intervenção do grupo alentejano, no último toiro da corrida, foi da autoria de Hugo Santana, ao terceiro intento. Pega decidida, com dificuldade, mas concretizada com decisão.
 


1 comments:

carlos patricio alvares at: 10 de julho de 2012 às 00:02 disse...

Vi pela televisão e dou parabéns aos grupos e a quem descreveu tão bem o que se passou em Setúbal. Gente de barba rija a saberem honrar a jaqueta que envergavam. Experiência...adquire-se. A valentia e estoicismo que demonstraram é que, ou se tem ou não.
Chaubet

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