"Foi uma grande experiência
de vida para mim, porque aprendi a conhecer as pessoas como elas são na
verdade." (Pedro Acabado)
No próximo sábado, dia 12 de Maio, em Moura, o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura vive um momento importante da sua história, com Valter Rico a suceder a Pedro Acabado no comando do grupo fundado em 1971 pelas mãos de António Maria Fernandes Garcia.
O blog Forcado Amador esteve à conversa com o Cabo que termina funções, Pedro Acabado e com o que irá assumir esta nova responsabilidade, Valter Rico. Hoje publicamos a entrevista com o Cabo que se despede.
Vitor
Besugo (VB) – Como nasceu o teu gosto pelos toiros e, como chegaste ao Real
Grupo de Moura?
Pedro
Acabado (PA) – Tudo
começou na Escola Agrícola de Serpa, estudei numa turma onde muitos dos meus
colegas tinham gosto pelos forcados, principalmente o Francisco Garcia
(“Vadio”, G.F.A. Évora) que começou a incutir esse espírito entre nós. Na
altura ainda tentámos formar um grupo de juvenis de Serpa. A partir daí, a vontade
de ser forcado tornou-se muito grande, o que fez com que pouco tempo depois,
alguns de nós escolhêssemos ir treinar ao grupo com que nos identificávamos.
VB -
Com que idade e qual foi a tua primeira fardação (com que cabo)? Onde e quando
pegaste o teu primeiro touro?
PA –A minha primeira fardação
foi em Setúbal dia 1 de Agosto de 1998.
Tinha 18 anos e o Cabo era o António Romão Matado.
O meu primeiro toiro pegado foi na praça do Sobral da Adiça, também
em Agosto de 1998.
VB -
Quais foram os forcados que mais te marcaram?
PA – Não é justo individualizar
elementos uma vez que somos um grupo, mas sem dúvida que elementos como o meu
primeiro cabo António R. Matado, Luís Coelho o
António J. Garcia foram grandes marcas. Tenho como minha referência de
forcado de caras o Francisco Pinheiro. De assinalar também os forcados David
Veríssimo, Cláudio Pereira, Luís Monge. O Valter Rico é sem dúvida dos que mais
me marcou desde que sou forcado.
VB - Quantas épocas no activo fizeste e quantos toiros já pegaste?
PA – No activo fiz todas desde que sou forcado que são 14, embora 3 destas não tenham sido completas devido a lesões.
Toiros pegados tenho um total de 57.
VB - Qual o momento, ou momentos, que melhores recordações te trazem?
PA – Fizemos várias digressões, duas delas aos Açores onde vivemos grandes momentos de união e de espírito de grupo. Também muitos outros momentos de grandes corridas tais como na Nazaré, Figueira da Foz, Campo Pequeno, e claro na praça da nossa terra, Moura.
VB - E os menos bons?
PA – Algumas lesões que tive que ultrapassar e também o abandono de alguns forcados por lesão, são momentos tristes que vou sempre lembrar.
(VB) - Quando é que tomaste a decisão de te despedir e quais foram os factores que te levaram a tomar tal decisão?
PA – Tomei essa decisão no final da época de 2011 porque achei que estava na altura certa para mudança e também por motivos profissionais, pois de facto não consigo estar presente a 100% como Cabo e como forcado junto do meu grupo. E isso foi o factor mais importante.
(VB) - Qual o balanço destes anos a comandar o Real Grupo de Moura?
PA – Foi uma grande experiência de vida para mim, porque aprendi a conhecer as pessoas como elas são na verdade. Descobri nestes anos como Cabo quem são os meus verdadeiros amigos e o balanço que faço é positivo porque sei que dei o melhor que tinha para dar ao grupo. Hoje não é fácil arranjar épocas brilhantes para um grupo como nós, mas penso que somos um grupo que é respeitado pelos grupos mais antigos e isso deixa-me feliz.
(VB) - O Valter será o próximo cabo, como é que o defines?
PA – O Valter além do excelente forcado que é, é um grande amigo, companheiro de guerra e é neste momento o forcado que melhor conhece o grupo.
VB - Que mensagem deixas aos antigos, actuais e futuros forcados do Real Grupo de Moura?
PA – Aos antigos que sejam mais presentes, aos actuais que mantenham a escola que o grupo tem e aos futuros que façam tudo para merecer vestir a jaqueta do nosso grupo e que façam tudo em prol do grupo.
Curtas:
- A tua melhor pega?
Corrida da “Trissomia 21” em Setúbal, no ano 2003.
- Ganadaria?
Murteira Grave e S. Martinho.
- Cavaleiro?
Luís Rouxinol.
- Toureiro?
Morante de la Puebla.
- Passatempo favorito?
Pesca Desportiva.
- Clube?
Sporting Clube de Portugal.
- Prato?
Açorda de Bacalhau.
- Destino de férias?
México.
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