Em Vila Franca os heróis foram os FORCADOS

(Cortesia: Miguel Ortega Cláudio / Naturales)

FORCADOS

"Ofereces teu corpo à sorte, no redondel doirado, nem muleta nem capote ... és toureiro e és forcado!"

No passado domingo, dia 6 de Maio, a Palha Blanco apresentava um cartel, em que os grandes protagonistas da corrida eram os toiros da ganadaria Canas Vigouroux (comemorando os 20 anos da Ganadaria) e os Forcados Amadores de Lisboa e de Vila Franca.

O público que acorreu em número razoável - meia casa forte (nos dias que correm não é coisa má) - ia em busca de ver o toiro sério, pesado e bravo. Sérios e muito pesado foram os Canas. Quanto há bravura, deixaram muito a desejar.

O público ia também na expectativa de ver pegas duras e emocionantes e ver como os forcados resolviam a papeleta que tinham por diante, já que os Canas não são pêras doces. Aí não saíram defraudados de todo.

Os heróis da tarde foram, sem dúvida, os forcados. Esses valentes que, a par com duas ou três figuras, ainda vão levando gente às nossas praças de toiros. Perante tamanhos regalitos, bater palmas, ou abraçar a cernelha de um toiro destes já era, sem dúvida, digno de uma ovação! Se pensarmos que houve dois toiros que chegaram ao momento da pega sem serem lidados, a ovação devia ser de luxo.
Mas vamos por partes, que houve duas, a primeira para o grupo de Lisboa, visto que o segundo toiro se lesionou e se correu turno.
Pedro Maria Gomes bateu palmas ao primeiro toiro, resolvendo à quarta tentativa a sesgo e com ajudas carregadas. Feio, dirão uns, resolveu, digo eu. Feio, digo eu, é assobiar a um forcado que está diante da cara de um toiro difícil, que entrava com muita pata, que tinha um derrote lateral que tirava qualquer um da cara. Na terceira tentativa, além deste derrote, despejou o forcado para baixo. João Vasco Lucas saiu inanimado, ao embater violentamente no chão, na terceira tentativa.
O segundo foi pegado por Gonçalo Gomes. Na primeira tentativa o toiro saiu solto, o forcado mandou pouco na sua investida, não se fechando de pernas nem de braços, sendo despejado com violência. Pegou à segunda tentativa, num pegão que levantou a Palha Blanco, em que o toiro parecia uma locomotiva, atropelando tudo e todos, só parando depois de um forte embate nas tábuas.
O terceiro pouca lide tinha tido. Estava inteiro e cheio de força, com a agravante de ter pouca cara. Pedro Gil foi lá três vezes. O toiro entrou sempre com uma velocidade alucinante, despejando o forcado em derrote para baixo. À terceira, ajudaram o querer e a raça do forcado, as tábuas novamente e o grupo que abafou quando conseguiu. Passagem digna e enraçada dos Amadores de Lisboa por Vila Franca.

A segunda, quanto aos forcados, ficou marcada por um hino à forcadagem! O grupo de Vila Franca pegou dois toiros à primeira tentativa de caras e um numa MONUMENTAL cernelha, daquelas que ficam na história.
O quarto foi pegado superiormente de caras por Pedro Castelo. O toiro entrou com muita pata, derrotou alto, mas com um querer impressionante. A pega foi realizada à primeira tentativa. A Palha Blanco de pé aplaudiu o cara e o segundo ajuda, André Matos.
O quinto era o que apresentava menos dificuldades, mas os seus seis anos podiam ter dado trabalho ao grupo. Rui Graça, à primeira tentativa, realizou esta pega, em que o grupo ajudou com determinação. Deu volta com o primeiro ajuda, Emanuel Matos.
A pega ao último da corrida não se vislumbrava nada fácil. O toiro era bronco, não tinha andado nada durante a lide e para acrescentar às dificuldades não tinha sido lidado. Achou por bem, o cabo do Grupo de Vila Franca, mandar o toiro para a volta. Sentia-se no ar um ambiente pesado. O toiro tinha um sentido impressionante, estava a par de tudo e de todos, era rei e senhor da arena, encabrestava mal e quando os forcados tentavam avançar já o oponente estava com eles. Quando o apanharam a jeito, o João Maria Santos e o Carlos Silva arrancaram. O bruto quando os sentiu em cima tentou despejar com violência, dando meia volta à praça, até que se conseguiu livrar do rabejador. A praça já aplaudia de pé. O cernelheiro foi buscar raça e força não se sabe bem onde, mas não largou o toiro. Tentava o rabejador entrar novamente, mas o Canas tentava colher. A loucura tomou conta da Palha Blanco. Por fim, o Carlos Silva conseguiu entrar novamente e o toiro foi parado. Ontem, fez-se novamente história na Tauromaquia. Um Cernelheiro de nome João Maria Santos e um Rabejador de nome Carlos Silva realizaram uma pega de Cernelha HISTÓRICA em Vila Franca! Olé!

No início da corrida, foi guardado um minuto de silêncio em memória da Srº Dona Suzana Luzio e do Antigo Cabo dos Amadores de Vila Franca, Vasco Nunes Alves Morais.

Dirigiu a corrida com acerto o Sr. Ricardo Pereira.

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