Caetano, a figura
Quem conhece a nossa história, sabe que não tem sido fácil. Somos, talvez, o primeiro grupo de forcados de marca branca, sem história, sem grandes glórias, sem passado e provavelmente sem futuro…
Oito mil cento e sessenta e três alminhas assinaram um tal de movimento cívico para a abolição das corridas de touros e como foram a causa mais votada, ganharam o direito de ser recebidos pelo senhor primeiro-ministro.
É aqui que surge a primeira pergunta: O que é que andaram a fazer os nove mil trezentos e oitenta e quatro visitantes do farpas? Façam lá as contas… nove mil trezentos e oitenta e quatro menos oito mil cento e sessenta e três dá um saldo de mil duzentos e vinte e um. Fiz bem as contas?
Não tinha custado nada. Entrava-se na página dos movimentos e votava-se no segundo classificado. Ou então, quem sabe, era ter criado um movimento novo, chamado “abolição dos cãezinhos nas varandas e apartamentos”. Depois era somar os nove mil trezentos e oitenta e quatro votos e pronto. Estávamos descansadinhos.
Mas não. Nada disso. “Sempre tivemos esperança que eles não ganhassem”- dizia um tal empresário de uma famosa praça. “Com um bocadinho de sorte isto não dá em nada…”
Pois está claro.
Ainda este mês, Passos Coelho irá receber Sérgio Caetano, o promotor do movimento vencedor que defende que “mesmo em tempo de crise, a mensagem antitourada é uma causa relevante em termos sociais. (…) Acabar com as touradas é também um sinal de evolução, em termos de respeito, para uma sociedade mais pacífica e tolerante, para uma sociedade mais ética.”
Primeiro tenho pena que o senhor Sérgio Caetano não se dedique à tauromaquia. Ora reparem no apelido – CAETANO – se o desgraçado quisesse tornar-se cavaleiro tauromáquico, tinha meio caminho andado. Só lhe faltava o cavalo, uma quadrilha, um apoderado e uma namorada loira.
Depois, não posso deixar de comentar a sua afirmação. Gosto especialmente quando refere que acabar com as touradas é sinal de uma sociedade mais pacífica e tolerante.
Ai é?! Explique lá isso melhor.
Para mim, e pelo menos para uns nove mil trezentos e oitenta e quatro (que andaram por aí de braços cruzados), acabar com as touradas é sinal de intolerância, apenas. Não tolerar as tradições, os costumes, a história de um povo. Ou será que acham mesmo que tradição é comer linguiça de tofu e torresmos de soja?
Sr. Caetano, reúna um grupinho jeitoso de defensores da abolição das corridas de toiros (mesmo com aquelas t-shirts ensanguentadas), alugue uns autocarros e vá à procura dos Berrões, da bicha de Balazote e do touro de Mourão. Se isso não é história, não sei o que seja.
E depois não se esqueça de partilhar as fotos no facebook, que ainda sou capaz de “fazer um like”.
Gostava também de conhecer as estatísticas em que o Sr. Caetano se baseou para prever que uma sociedade sem touradas será mais pacífica. Das duas, uma: Ou andou a ligar para as cartas da Maya – O dilema - e recebeu certezas do além, ou os bandidos, os ladrões, os charlatões, os assassinos e os traficantes desta nossa sociedade são todos moços forcados, cavaleiros, apoderados ou empresários tauromáquicos…
Ok, é certo que há por aí um ou outro empresário mais mafioso, mas daí a ser considerado um serial killer, parece-me um bocadinho exagerado.
Pelo contrário, meu amigo. Ai fim e ao cabo, estou em crer que acabar com as corridas de toiros é que vai tornar a sociedade mais violenta. É que o pessoal se não tem toiro para espetar a farpa, vai ter de espetar em alguém (e se eu fosse a si fazia-me ao caminho!).
Sabe, nisto tudo o que me aflige é a despesa. Não sei onde estava com a cabeça quando no ano passado resolvemos, aqui na aldeia, formar um grupo de forcados. Continuo a insistir que teria sido tão mais fácil termos criado um grupo de danças de salão!
Mas não, nada disso. Forcado! Porque estão na moda, mete jantares, e as moças ficam excitadas quando nos veem com as calças justinhas.
E por isso, agora que gastámos mais de oitocentos contos em tecido para as casacas, livre-se o Sr. Caetano de me lixar a vida! Olhe que eu sou homenzinho para o pegar!!!!
Quem conhece a nossa história, sabe que não tem sido fácil. Somos, talvez, o primeiro grupo de forcados de marca branca, sem história, sem grandes glórias, sem passado e provavelmente sem futuro…
Oito mil cento e sessenta e três alminhas assinaram um tal de movimento cívico para a abolição das corridas de touros e como foram a causa mais votada, ganharam o direito de ser recebidos pelo senhor primeiro-ministro.
É aqui que surge a primeira pergunta: O que é que andaram a fazer os nove mil trezentos e oitenta e quatro visitantes do farpas? Façam lá as contas… nove mil trezentos e oitenta e quatro menos oito mil cento e sessenta e três dá um saldo de mil duzentos e vinte e um. Fiz bem as contas?
Não tinha custado nada. Entrava-se na página dos movimentos e votava-se no segundo classificado. Ou então, quem sabe, era ter criado um movimento novo, chamado “abolição dos cãezinhos nas varandas e apartamentos”. Depois era somar os nove mil trezentos e oitenta e quatro votos e pronto. Estávamos descansadinhos.
Mas não. Nada disso. “Sempre tivemos esperança que eles não ganhassem”- dizia um tal empresário de uma famosa praça. “Com um bocadinho de sorte isto não dá em nada…”
Pois está claro.
Ainda este mês, Passos Coelho irá receber Sérgio Caetano, o promotor do movimento vencedor que defende que “mesmo em tempo de crise, a mensagem antitourada é uma causa relevante em termos sociais. (…) Acabar com as touradas é também um sinal de evolução, em termos de respeito, para uma sociedade mais pacífica e tolerante, para uma sociedade mais ética.”
Primeiro tenho pena que o senhor Sérgio Caetano não se dedique à tauromaquia. Ora reparem no apelido – CAETANO – se o desgraçado quisesse tornar-se cavaleiro tauromáquico, tinha meio caminho andado. Só lhe faltava o cavalo, uma quadrilha, um apoderado e uma namorada loira.
Depois, não posso deixar de comentar a sua afirmação. Gosto especialmente quando refere que acabar com as touradas é sinal de uma sociedade mais pacífica e tolerante.
Ai é?! Explique lá isso melhor.
Para mim, e pelo menos para uns nove mil trezentos e oitenta e quatro (que andaram por aí de braços cruzados), acabar com as touradas é sinal de intolerância, apenas. Não tolerar as tradições, os costumes, a história de um povo. Ou será que acham mesmo que tradição é comer linguiça de tofu e torresmos de soja?
Sr. Caetano, reúna um grupinho jeitoso de defensores da abolição das corridas de toiros (mesmo com aquelas t-shirts ensanguentadas), alugue uns autocarros e vá à procura dos Berrões, da bicha de Balazote e do touro de Mourão. Se isso não é história, não sei o que seja.
E depois não se esqueça de partilhar as fotos no facebook, que ainda sou capaz de “fazer um like”.
Gostava também de conhecer as estatísticas em que o Sr. Caetano se baseou para prever que uma sociedade sem touradas será mais pacífica. Das duas, uma: Ou andou a ligar para as cartas da Maya – O dilema - e recebeu certezas do além, ou os bandidos, os ladrões, os charlatões, os assassinos e os traficantes desta nossa sociedade são todos moços forcados, cavaleiros, apoderados ou empresários tauromáquicos…
Ok, é certo que há por aí um ou outro empresário mais mafioso, mas daí a ser considerado um serial killer, parece-me um bocadinho exagerado.
Pelo contrário, meu amigo. Ai fim e ao cabo, estou em crer que acabar com as corridas de toiros é que vai tornar a sociedade mais violenta. É que o pessoal se não tem toiro para espetar a farpa, vai ter de espetar em alguém (e se eu fosse a si fazia-me ao caminho!).
Sabe, nisto tudo o que me aflige é a despesa. Não sei onde estava com a cabeça quando no ano passado resolvemos, aqui na aldeia, formar um grupo de forcados. Continuo a insistir que teria sido tão mais fácil termos criado um grupo de danças de salão!
Mas não, nada disso. Forcado! Porque estão na moda, mete jantares, e as moças ficam excitadas quando nos veem com as calças justinhas.
E por isso, agora que gastámos mais de oitocentos contos em tecido para as casacas, livre-se o Sr. Caetano de me lixar a vida! Olhe que eu sou homenzinho para o pegar!!!!
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